…if only we remember to turn on the lights!
Aos preguiçosos, não há motivos para ler os próximos parágrafos. O título já diz basicamente tudo.
A você, leitor que vai e volta, anda pra lá e pra cá e que, mesmo depois de tanto tempo continua aí, eu tenho uma explicação razoável para o que aconteceu no último um ano e cinco meses – em que as postagens ficaram cada vez mais raras e em que você, no seu direito, achou que esse blog sobre pessoas havia chegado ao fim:
Eu sumi para me encontrar. Sumi porque estava tudo caótico aqui dentro. Sumi para dar uma chance de a minha mente voltar a funcionar sem panes e para o meu coração não se sentir sempre dentro de um ônibus lotado.
Eu odeio colocar a culpa nos anos. “Ah, acaba logo, ano desgraçado! Você foi um menino péssimo”. Não. Não acho que a culpa de tudo seja 2015, ou 2014, nem 2013… Eu, inclusive, fico por demasiado frustrada toda vez que alguém não entende que a culpa, na maioria das vezes, é nossa. Há diversas coisas que acontecem porque simplesmente acontecem. São coisas da vida, que a gente sabe que vai ter que lidar cedo ou tarde – mortes, doenças, etc. Basta estar vivo para estar exposto. Mas nossas escolhas são nossas escolhas. E tudo o que acontece é consequência dessas escolhas.
2015 foi pesado pra mim. E tenho certeza que o problema foi justamente esse, de decisões: eu não soube a hora de dar fim as coisas, nem de dar adeus as pessoas. Eu fiz o que sempre peço para os meus amigos não fazerem: tentei prolongar a validade de algumas histórias que já me avisavam há um tempo que estavam estragando.
Em 2015, eu entendi muito mais sobre depressão, apesar de não passar nem perto do que, de fato, essa doença é. Me aproximei muito dessa ‘linha’ que divide pessoas que ficam tristes vez ou outra, por determinadas razões, e pessoas que simplesmente não conseguem encontrar o caminho para a felicidade. Eu nunca tinha me sentido tão perto de ser infeliz por definitivo. Por muito tempo em 2015, eu não fui feliz na hora que acordava, não fui feliz na hora que ia ao trabalho e não conseguia ser feliz nem mesmo quando saía dele. Quando tinha algumas horas pra mim, eu mergulhava num parafuso tão louco de insatisfação com a vida que eu levava que, daí, ficava mais infeliz ainda.
Por vezes, no ano que passou, me senti em planos diferentes no universo: meu corpo ficava aqui, exausto, chateado, prestes a entrar em colisão, e minha alma, que antes dançava e cantava e sorria para estranhos, se descolava, dava tchau, dizia que nunca mais voltaria porque eu estava a maltratando demais fazendo coisas que eu não gostava, com pessoas que não me inspiravam. Cada novo dia, ela de desgrudava mais de mim. E a cada novo deslocamento que eu sentia, minha dor parecia infinita. Uma lágrima inicial e – PIMBA! – aquilo tudo se transformava num soluço enorme, que invadia o meu corpo todo e fazia as lágrimas correrem por horas. Eu gritava, eu chorava de molhar fronhas, lençóis e cobertas inteiras. As pessoas me viam e não acreditavam como caralhos eu estava desanimada – eu que sempre tive tanta vontade de viver, eu que organizava as viagens, que organizava as festas, que reunia as pessoas, que as apresentava umas as outras. Quem me conhece não entendia como caralhos eu já não conseguia ser quem elas conheceram. E eu sei que algumas delas sentiam pena de mim – eu também sentia.
Muitas delas desacreditaram, porém. E é por isso que ouso dizer que sei, mesmo que minimamente, o que um depressivo passa. Essas pessoas achavam que era bobagem. Que meu desejo de deixar tudo o que me fazia mal era só uma coisa de garota mimada que não suportava ser contrariada. Uma mimadinha querendo correr dos problemas. Eu era ainda mais triste quando isso acontecia – por que você é visto como mimado e inconsequente quando, na realidade, você só quer deixar de fazer as coisas que te deixam triste? Eu só não suportava gastar meu tempo com coisas e pessoas em que/quem eu já não acreditava. Como disse nesse texto, é claro que existem milhões de coisas que te impedem de tomar determinadas decisões, mas a gente precisa segurar o volante desse carro doido em algum momento. Senão ele te leva para o Havaí quando você odeia praia e natureza, ou para Nova York quando você não aguenta mais ver muito prédio e pouco céu.
Fui me domando, me controlando, decidindo mais – e as coisas e sentimentos ruins foram ficando no passado. Eu voltei – ou pelo menos estou muito próxima de voltar. Eu me reencontrei, depois de abandonar muitas coisas e pessoas. E esse ano longe de tudo o que eu gosto me ensinou que eu não consigo desligar o botão da humanidade, igual acontece em Vampire Diaries (adoro essa série!). Para voltar a ‘funcionar’ direito, eu tomei a decisão de fazer muito mais coisas que eu gosto do que coisas que eu não gosto. Nesse tempo, fiquei fazendo esse tipo de coisa:
E esse texto todo foi pra pedir desculpas. O blog não acabou e eu não pretendo acabar com ele – nem mesmo quando as 1001 pessoas estiverem aqui. Mas, eu sou só mais uma humana que também tem problemas e que também precisa de um tempo sem ‘compromissos’.
Eu não prometo nada, porque no fim das contas a vida muda rápido demais, mas eu quero recomeçar com o pé direito! E eu quero terminar com o pé direito também.
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Que bom que você voltou <3 adoro seus textos e volta e meia eu vinha aqui da uma olhada e não tinha nenhum post. E te entendo perfeitamente, estou passando por isso.
O titulo do texto me lembrou uma música do cantor Cartola, ''Preciso me encontrar''
https://www.youtube.com/watch?v=fUjOfsoBhMY
Beijão <3 Camila,
http://blogadoravelparanoia.blogspot.com.br/
Estava com saudades dos seus textos! <3
Desculpa a demora, a vida andava corrida, e continua. Vi no seu Twitter que esta em SB e me lembrei de todas as pessoas maravilhosas sobre as quais vocês escreveu e também lembrei de todas pessoas maravilhosas que eu conheci na Califórnia. Fiquei feliz em ver novas histórias aqui, prometo não demorar mais para voltar!