Eu já ‘durava’ em Barretos há 6 dias quando uma pauta em especial me chamou atenção: Belo, aquele do ‘mel, tua boca tem o mel’, iria cantar numa festa de peão… Com dreadlocks na cabeça. Saí da casa onde estava hospedada, numa rua onde os vizinhos pareciam mais chapados do que Snoop Dogg em ‘LA Here’s To You’, preparada para encontrar o ‘tudão’ de Gracyanne Barbosa. Mas, antes mesmo de entrar no Parque do Peão, quem eu encontrei foi o Douglas.
Já meio alterado, o Douglas disse que já tinha me visto na festa e que ‘se não fosse eu, era minha irmã gêmea’. Eu ri e resolvi puxar papo. Faço isso quando estou de saco cheio. E, sério, eu já estava cansada de trabalhar dia e noite, cansada de ouvir sertanejo, cansada de comer nos mesmos lugares todo dia, cansada de não ver meus pais, nem meus amigos. Perguntei para o Douglas se ele era da cidade e disse que precisava encontrar um peão para uma matéria em vídeo. Só não podia imaginar que ele entenderia ‘peão’ de outra forma. O moreno alto, de camisa polo de gola levantada igual ao Bruno Gissoni em ‘Avenida Brasil’, disparou:
– “Pô, mas aí você falou com a pessoa certa”, ele disse, me deixando animada. Douglas continuou: “Eu trabalhei 4 anos na iluminação do camarote da Brahma aqui em Barretos. Sou peão mesmo”, se gabou.
Fiquei surpresa com o Douglas. Eu quis dizer peão que competia em montaria mesmo, não peão tipo trabalhador-faz-tudo. Ri de novo e tentei explicar que ele não servia para a pauta porque não era o que eu procurava. Só depois de alguns minutos é que o álcool o deixou me entender. Ele me avisou que encontraria um peão de verdade pra a minha entrevista porque conhecia todo mundo na festa. Sorriu pra mim e só aí eu percebi: ele estava sem os dois dentes da frente.
– “Eita! Mas o que aconteceu com seus dentes? Tá tudo roxo!”, eu disse, com cara de dor.
O Douglas me contou que perdeu os dentes na manhã daquela terça-feira enquanto andava de patins. E justificou:
– “Olha, o maior campeão brasileiro da história do patins é meu vizinho. Impossível eu não tentar andar de patins também”, afirmou. Não sabia de quem ele falava e não perguntei.
O Douglas estava com um amigo, que logo começou a rir de sua gengiva toda roxa. “Ô, janelinha, vamos entrar, vai!”, brincou. O desdentado Douglas rebateu:
– “Vou pegar mais mulher que você nessa festa hoje, rapaz, você vai ver!”
Eu entrevistei o Belo, mas o meu dia valeu mesmo pelo Douglas.
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Janelinha kkkkkkk eu li todos os seus textos e acho incrível que vc consegue puxar papo com tanta gente diferente.
amo seu blog *_*
a foto do Bruno Gissoni foi a melhor rsssssss